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Sobre nossa República

No dia 14 de abril de 1982 foi formada uma das tradicionais repúblicas de Ouro Preto, A República Pasárgada. Dentre seus fundadores estão: Cassiano José Vieira Neto (Degas), Ivanir Luiz de Oliveira (Costelos), Sérvio Túlio Portela (Tulipa), José Daniel Gonçalves Vieira (Formigão), Marcelo Tardin Alves (PDS).
O nome Pasárgada vem do poema do grande Manuel Bandeira: “Vou-me embora pra Pasárgada”. Bandeira escreveu esse poema para materializar o que ele consideraria como paraíso na terra; onde todas as coisas são feitas para deixar todos felizes. É como diz o verso: “Vou-me embora pra Pasárgada/Lá sou amigo do rei”.
É dentro desse contexto que foi formada a ideologia da República. Receber as pessoas bem faz com que a República se torne mais forte e mais alegre, acolhendo todos que estão dispostos a fazer amizades.

Fotos dos moradores

Um pouco sobre Manuel Bandeira

“Vou-me embora pra Pasárgada” foi o poema de mais longa gestação em toda minha obra. Vi pela primeira vez esse nome de Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi num autor grego. […] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas”, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias […]. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda doença, saltou-me de súbito do subconsciente esse grito estapafúrdio: “Vou-me embora pra Pasárgada!”.

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada